O verão, estação que começou no dia 21 de dezembro deste ano e estende-se até 20 de março de 2025, tem previsão de registrar temperaturas elevadas em todo o país.

Nesse período, autoridades e profissionais da área da Saúde alertam sobre os perigos da exposição ao sol, principal fator de risco para o câncer de pele.

Em Mato Grosso, onde as temperaturas são ainda mais altas, os cuidados com a saúde da pele precisam ser redobrados.

No Estado, a estimativa é que, entre o triênio 2023-2025, sejam registrados 2,3 mil novos casos de câncer de pele, com cerca de 460 em Cuiabá.

Nos últimos quatro anos, o Estado diagnosticou 1.543 casos da doença, sendo 351 somente entre janeiro e agosto de 2024.

Nacionalmente, a projeção é de 704 mil novos diagnósticos de câncer entre 2023 e 2025, excluindo os 483 mil casos de câncer de pele não melanoma.

Conforme informações do Ministério da Saúde, como o câncer é uma doença que não possui notificação obrigatória, não existem dados de incidência, mas sim dados de estimativas e, com a chegada do verão, consequentemente exposição solar, a prevenção se torna ainda mais importante.

A importância da prevenção foi reforçada na última semana pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MT).

De acordo com o CRM-MT, embora a exposição ao sol seja essencial para a produção de vitamina D, o excesso de radiação ultravioleta sem proteção é a principal causa do câncer de pele, que é o tipo de tumor maligno mais comum no país, representando cerca de 30% dos casos registrados, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Os tipos mais comuns de câncer de pele incluem o carcinoma basocelular, que é o mais frequente e menos agressivo.

Outro tipo é o carcinoma espinocelular, que é mais agressivo e pode invadir tecidos mais profundos, apresentando maior risco de metástase.

O melanoma, por sua vez, é o tipo mais grave e agressivo, embora menos comum, sendo responsável pela maioria das mortes relacionadas ao câncer de pele devido à alta probabilidade de metástase.

Ele, frequentemente, surge como uma pinta ou mancha que muda de cor, forma ou tamanho.

“Qualquer alteração na pele que não desapareça em algumas semanas deve ser avaliada por um especialista. Quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores as chances de cura”, disse a dermatologista Cíntia Procopio, por meio da assessoria.

Ela orienta ainda sobre a aplicação de protetor solar.

“Especialmente em regiões como Mato Grosso, onde a exposição solar é constante, é essencial reaplicar o protetor solar a cada duas horas, pois nesse intervalo o fator de proteção solar (FPS) cai pela metade”.

Segundo a dermatologista, trabalhadores rurais, pescadores, profissionais da construção civil, pessoas com pele clara e esportistas que praticam atividades ao ar livre são grupos particularmente vulneráveis à radiação solar.

Por isso, é importante proteger áreas frequentemente esquecidas, como orelhas, pescoço e colo, bem como usar roupas adequadas, que funcionam como barreiras físicas contra a radiação.

Visitar um especialista regulamente ou ao menos uma vez por ano é muito importante para uma rotina de prevenção ao câncer de pele.

“Cuidar da pele vai além da estética, é um compromisso com a própria saúde e com as pessoas que amamos. Faça a diferença, adote medidas preventivas e ajude a compartilhar essa mensagem. Juntos, podemos proteger vidas e combater o câncer de pele”, afirma o presidente do CRM-MT, Diogo Sampaio.

A Secretaria de Estado de Saúde disponibiliza pontos de coleta de material no Centro Estadual Regional de Média e Alta Complexidade (Cermac) e em ambulatórios espalhados pelo Estado.

O tratamento da doença é realizado no Hospital Estadual Santa Casa, ambos localizados em Cuiabá.

Fonte: www.diariodecuiaba.com.br