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MT tem tendência crescente de abandono do tratamento contra hanseníase

Mato Grosso está entre as cinco unidades da Federação, onde nos últimos 10 anos, houve um aumento na proporção de abandono do tratamento contra a hanseníase. De acordo com levantamento sobre padrões temporais e geográficos da doença elaborado pelo Ministério da Saúde (MS), o Estado apresentou mudança do parâmetro saindo de “bom”, em 2014, para “regular”, em 2023.

Os demais são Roraima, Distrito Federal, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Conforme o MS, em 2014, todas os estados apresentaram um parâmetro “bom” para o indicador de abandono de tratamento. “Este aumento na proporção de abandono de tratamento nessas UFs é um ponto de preocupação. Entretanto, vale ressaltar que o período estudado abrange os anos da pandemia, quando tivemos um aumento nesse indicador”, pondera o MS, no documento.

Também levando-se em consideração a proporção de casos novos de hanseníase em abandono de tratamento, o estudo revela uma tendência crescente ao longo dos anos em Mato Grosso, com variação percentual média anual (APC): 10,1%; IC95: 8,7–11,5%. Em 2014, houve 135 (5,5%) interrupções, número que subiu para 213 (12,4%) em 2023.

Para o MS, apesar dos avanços no diagnóstico e no tratamento, o abandono continua sendo um desafio que compromete os esforços de controle da doença. Essa interrupção pode resultar em complicações graves, como incapacidades permanentes, maior risco de transmissão e desenvolvimento de resistência aos antimicrobiano

“Para enfrentar esse desafio é essencial adotar estratégias eficazes que abranjam não apenas os aspectos clínicos da doença, mas também as barreiras sociais, econômicas e culturais que dificultam a adesão ao tratamento”, sugere.

Em 2024, dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (Ses), apontam para o registro de 4.359 casos de hanseníase em Mato Grosso. Neste momento, 5.336 pessoas estão em tratamento da doença no Estado. Segundo a Ses-MT, o índice de cura é de 68%.

No fim semana, o órgão estadual de Saúde garantiu que tem tomado medidas para reforçar a redução de casos de hanseníase nos municípios mato-grossenses, que é reconhecido como hiperendêmico para a doença.

“Através da Escola de Saúde Pública, já formamos 33 médicos hansenólogos para o diagnóstico e tratamento desta doença. Além disso, o Estado está atualizando o Plano Estratégico para o Enfrentamento da Hanseníase e redesenhando a linha de cuidado, com o objetivo de aprimorar o serviço prestado pela rede”, disse o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo destacando o Dia Mundial Contra a Hanseníase, comemorado no domingo (26).

De acordo com informações da assessoria de imprensa, outras medidas também são aplicadas pelo Estado, como a utilização dos índices de cura da hanseníase e tuberculose para a liberação de receita para municípios, através de repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), além da destinação mensal de R$ 10 mil para a manutenção dos Ambulatórios Especializados, localizados em seis municípios de Mato Grosso.

A superintendente em Vigilância em Saúde da Ses, Alessandra Moraes, alertou sobre os sintomas da doença. “Os principais são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração na sensibilidade térmica, ao tato e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas. Assim que a pessoa apresentar esses sintomas, deve se direcionar a unidade básica de saúde”, explicou.

Ao apresentar os sintomas, a pessoa deve buscar tratamento imediatamente. O diagnóstico precoce acelera a cura, diminui as chances de danos permanentes nos nervos, incapacidades físicas e impossibilita o contágio de outras pessoas.

Fonte: www.diariodecuiaba.com.br

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